Genes são a unidade funcional da hereditariedade, a qual chamamos de genética, que é a ciência que estuda esses compostos por uma sequência de DNA que contém códigos para a produção de proteínas que desempenham funções específicas no corpo humano, cada célula contém em média 25.000 genes, as células podem ativar os genes que precisam no momento certo e desligar outros que não precisam, uns ficam ativos o tempo todo para desempenhar suas funções necessárias, outros desligam após cumprir seu papel e podem reiniciar posteriormente à qualquer momento.

Mas é preciso também conhecer a epigenética, cujo termo surgiu no final da década de 50, proposto pelo pesquisador e biologista Conrad Waddington para se referir aos eventos que associam os genes ao desenvolvimento, essa ciência estuda as alterações químicas que regulam a expressão genética e em 1975, foi proposto a metilação do DNA que é o principal mecanismo epigenético que impede a transcrição, inviabilizando a formação de proteínas, é complexo sim, mas resumindo, em sua maioria, o DNA não codificado é metilado, o que explica o mecanismo da herança e a diferenciação celular.

Existem algumas alterações nos genes, chamado polimorfismos que codificam as enzimas responsáveis por algumas conversões importantes no nosso organismo como: ácido fólico em metilfolato, vitamina B12 em metilcobalamina, por isso a biodisponibilidade da suplementação direta da forma ativa para absorção no organismo é maior, além de dificultar a biossíntese dos estrogênios impedindo a sua destoxificação do organismo, bem como a alteração em genes receptores que impedem o aumento de alguns hormônios necessários como a progesterona e vita D3, por exemplo, que podem ser suplementados sem sucesso, justamente por existir um polimorfismo que raramente é investigado.

A própria deficiência de alguns nutrientes como o zinco no organismo podem interferir na metilação do DNA alterando a expressão de genes que comprometem o tratamento de certas doenças incluindo a endometriose. Outra coisa que altera diretamente as expressões dos genes são as emoções.

Existe um teste de DNA que faz analise de SNPs (Single Nucleotide Polymorphism) capaz de identificar alterações cromossômicas desbalanceadas, não é um exame caro mas requer uma leitura específica e aqui no Brasil são poucos os profissionais que usufruem desses dados para “ajustar” seus pacientes, é bastante comum e usado no meio esportivo por atletas, para melhorar o rendimento nos treinos e desempenho nas competições, inclusive, é um exame de livre acesso para qualquer pessoa que esteja pesquisando sua ancestralidade, o que dispensa a necessidade de um pedido médico formal, porém você recebe apenas informações, é preciso encaminhar esse documento para bancos de dados específicos, que fazem a leitura e cobram de acordo com a quantidade de SNPs à serem analisados. O exame é feito precisamente pela saliva e via correio, imagina que maravilha se esse exame virasse rotina dentre os pedidos médicos, como o hemograma completo por exemplo, independente da especialidade médica solicitante, porque com isso podemos conhecer todas as alterações do nosso código genético e ter a análise dos pontos que codificam nossos genes, para assim ter a chance de “conserta-los”? Seria a solução para inúmeros problemas de saúde, incluindo a endometriose!

Fica a dica para quem quiser ir além…

16/08/2019
Ariane Steffen com colaboração de Isadora Moreira

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2 thoughts on “Genes, genética, epigenética

  1. Renata Santana disse:

    Maravilha

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