Começa nos contando sua história com alguns fatos marcantes para ela, por acreditar que a endometriose tem causas que vão além dos que imaginamos:

“Perdi minha mãe para o lúpus, uma doença autoimune também, aos treze anos de idade, foi um baque para mim e passei a ter que cuidar do meu irmão de seis anos sozinha porque meu pai que era alcoólatra, só veio a piorar depois disso, passados seis meses, ele deu meu irmão para uma tia e tentou se abusar de mim, éramos só eu e o monstro dentro de casa, que graças a Deus, vivia mais fora do que dentro e ás vezes passava dias sem aparecer. Foi nessa época que as cólicas terríveis surgiram e as hemorragias deram as caras, uma tia enfermeira dizia que eu estava com frescura e que cólica era normal, cheguei a ouvir de uma das madrastas que meu pai arrumou, que eu estava grávida, pois vomitava com as fortes crises de dores durante a menstruação. Todo mês eu era internada e me davam buscopam na veia.
Com dezesseis anos de idade, acabei sendo expulsa de casa e fui morar com meu namorado, meu marido hoje, minha sogra, me levou a um ginecologista que apenas me passou um anticoncepcional (ciclo 21) mas depois de uma forte hemorragia que saíram uns pedaços de dentro de mim, parei e me vi grávida aos dezessete anos, que depois de sete horas de trabalho de parto sem sucesso, fui submetida a uma cesariana, os pontos inflamaram e fui ao inferno e me deram mais anticoncepcional”

Resolveu ter outro filho, interrompeu a pílula e os pesadelos voltaram, mas insistiu, por um, dois…quatro anos e nada de conseguir, quando veio outro baque:

“No meio de 2017, meu pai foi preso em flagrante por abusar da minha meia irmã, filha de uma de suas namoradas, que tem a mesma idade da minha filha, fiquei sem chão e tentei o suicídio, engordei quinze quilos, não dormia mais, o casamento ficou abalado e as dores passaram a ser diárias, nesse mesmo ano, veio o diagnóstico da adenomiose, perguntei ao médico qual era a alternativa e ele friamente me disse, ou toma anticoncepcional ou tira o útero, sai do consultório arrasada”
Depois de passar por alguns médicos, ao conseguir entrar no plano de saúde do marido para se tratar, achando poder encontrar uma opção de tratamento melhor e médicos mais esclarecidos, vieram mais decepções e torturas…
“Logo de cara, depois de ver o ultrasson, o médico me passou o cerazette, me mandou para casa e só retornar em seis meses, assim, simples. Na primeira semana ok, na segunda, começaram as cólicas junto com os escapes, que evoluíram para uma hemorragia que permaneceu por 34 dias e nada de me marcarem uma consulta, um encaixe e quando me atendeu disse que nada tinha haver com a medicação, mas por insistência minha, trocou pelo Yaz, com a mesma recomendação, voltar em seis meses, a hemorragia cessou, os escapes pararam, mas as dores pioraram, e desciam para as pernas, eu não conseguia levantar da cama mais, não suportei, larguei!”

Nada de apoio médico para conseguir engravidar, ainda ouvia dos médicos que não tinha nada, até que um ser lhe disse, que ela havia nascido com defeito de fábrica e para me contentar por já ter tido uma filha, que já estava com onze anos, o que a fez ir em busca de alternativas e encontrar nosso grupo:

“Cansada desses médicos, entrei no grupo tem um tempo e já quis colocar em prática, tudo que fui vendo, porque encontrei uma luz no fim do túnel ao conhecer vocês. Com menos de um mês tomando fitoterápicos, uma garrafada que aprendi e mudando meus hábitos aos poucos, sou outra pessoa, não sei mais o que é ter dor, nem a do joelho que eu tinha, voltei a dormir como uma pedra, estou completamente calma e sem ansiedade nenhuma, gratidão me define e eu amo todas vocês que dividem tudo comigo, do sofrimento a ajuda”

Ela termina contando que descobriu no Kefir, um ótimo aliado ao tratamento tanto físico quanto emocional, pois cuidar dessas colônias de probióticos, virou um passatempo de grande prazer:

“Me a ajudou com a depressão e a ansiedade, pois me distraio criando receitas para a família toda e sendo cobaia de mim mesma, aprendi a me conhecer melhor e saber o que realmente me faz bem e o que não me faz, inclusive com a opinião dos outros, que em recente viagem, tentei explicar para a família sobre a endometriose e o meu tratamento, mas não quiseram saber, apenas ouvi indiretas de que minhas primas já estavam todas com dois, três filhos, me machucou, mas quer saber o que aprendi com isso? Ninguém sabe da sua vida, ninguém usa os seus sapatos e eu não vou mais me preocupar com a opinião dos outros, porque só que tem sabe”

E NÓS TEMOS A NÓS TRANSFORMANDO O MUNDO!!!

​Publicado por Ariane Steffen

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