A cannabis é uma planta que como tantas outras possui alguns compostos, cada um com suas características específicas, nesse caso são chamados canabinoides e entre eles estão o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabidiol). O princípio ativo da primeira age no alívio da dor e promove um relaxamento, já o segundo tem poder analgésico e conforme descoberta feita em estudo no ano de 1973, auxilia no sono, além de ser usado em pacientes em tratamento de quimioterapia por aliviar as náuseas e estimular o apetite.

Evidências científicas na transição da década de oitenta para noventa, mostram que os seres humanos produzem naturalmente endocanabinóides pelo sistema ECS também presentes em alguns animais, sistema esse que regula processos como dor, humor, memória, sono, imunidade, etc, que tem receptores distribuídos pelo corpo todo.

A endometriose é uma doença autoimune de processo inflamatório crônico que causa dores incapacitantes de fato.

Com muitas pesquisas em crescente evolução já é possível constatar a deficiência clínica endocanabinóide que explica muitas doenças “misteriosas” e complexas ainda diante do olhar da medicina tradicional, é aí que entra a cannabis oferecendo esperança como tratamento, inclusive para a endometriose, onde o composto preenche a deficiência do ESC imitando as moléculas que produzimos naturalmente por ser um componente da natureza, colocando o sistema sobre controle novamente.

O sistema tem esse nome pela descoberta da menor quantidade de receptores CB1 no tecido endometrial de portadoras de endometriose, que acaba possibilitando a progressão da doença.

Em 2010 um estudo revelou que a ministração de canabinoide inibiu o crescimento do tecido endometrial, impedindo que a doença se alastre, além de promover o alívio total da dor como apontou outro estudo ao estimular esses mesmos receptores.

A cannabis reduz diarréias não só em portadoras de endometriose como em portadoras de Síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, entre outras que afetam o sistema digestivo como um todo.

Sem contar que sua ação no organismo tem sido a salvação de inúmeros pacientes com fibromialgia e o preconceito existente com a cannabis tem se rendido mediante à tantos benefícios.

Também melhora a libido, comprovando o aumento da atividade sexual em outro estudo e desde o começo de 2019 se houve falar muito de um lubrificante a base da “maconha” que ficou conhecido como “XapaXana”, nome dado pela criadora do produto, que é brasileira, mas mora no Uruguai e conta que um lubrificante com essa base já existia na Califórnia, mas à partir desse, numa mistura de óleo de côco com cannabis, nasceu o dela, que tem sido sucesso entre as endometríacas que sentem dores durante a relação. Há ainda, uma empresa norte americana que criou absorventes de introdução vaginal com base na infusão de uma solução com cannabis e quem usou, atestou a diminuição das dores pela ação local com seu benefício calmante.

Usado na pele e no cabelo, também, o CDB tem alto poder antioxidante, pode substituir a vitamina C e o resveratrol, por diminuir o estresse oxidativo, com poder maior que ambos em termos de rejuvenescimento.

No Brasil, o CBD foi reclassificada em janeiro de 2018 pela Anvisa que liberou a comercialização e registro de medicamentos derivados da cannabis, agora em junho de 2019 foi aprovado também o plantio por pessoas jurídicas para fins de uso medicinal e como aqui no nosso país é tudo muito recente para não dizer atrasado, ainda são poucos os médicos que trabalham com a terapia canabinoide e prescrevem o CBD e o THC, mas eles existem e praticam a medicina funcional Integrativa é só procurar por indicação na AMA+ME (Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal).

19/07/2019
Ariane Steffen

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2 thoughts on “Terapia canabinoide

  1. Renata Santana disse:

    Interessante

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