“Se você não é celíaca, não tem porque não consumir”, foi a frase mais sensata que já ouvi de um médico depois de inúmeras recomendações encontradas na internet para não usar, por conta de uma doença autoimune que inclui a endometriose.

O glúten é inflamatório, sim, por ter um alto índice glicêmico também, mas o equilíbrio é o segredo que muita gente parece desconhecer, assim como a carne bovina que entra em mais uma das inúmeras polêmicas existentes acerca da dieta anti inflamatória.

Quando optamos por comer algo “inflamatório” além de ter moderação e cautela precisamos buscar o equilíbrio de fato! Como faz isso? Incluindo nessa refeição alimentos alcalinos e anti inflamatórios, simples assim! Difícil? Não! Então qual a lógica do radicalismo? Nenhuma se você não é intolerante a essa proteína, sim, o glúten é um composto de proteínas, cuja molécula é grande e de difícil digestão e absorção!

Sabe porque antigamente era ok o consumo da farinha de trigo? Porque a fermentação era feita de forma natural, quebrando assim essas moléculas, facilitando a digestão!

Porque hoje o consumo causa transtornos a saúde? Porque além da fermentação ser química, a indústria alimentícia, permite a adição de vários outros componentes para enriquecer a farinha de forma não tão natural assim, infelizmente é uma realidade!

Aliás, a dieta recomendada para uma Endometríaca chega a ser desesperadora né. E o que eu fiz e aconselho à todas fazerem também? Passei dois meses sem glúten e ao introduzir novamente, mudei radicalmente a forma de consumo. Pão feito em casa, macarrão, feito em casa, pizza feita em casa, bolo feito em casa e tudo com uma farinha específica italiana, cuja cor e textura é totalmente diferente de qualquer produto brasileiro nosso! Sabe o que mudou? Tudo! O que eu pude observar com isso: que “PARA MIM” o que faz mal não é o glúten, acredito eu que o que realmente faz mal, são os aditivos que o comércio e a indústria alimentícia coloca na nossa farinha, enriquecida com ferro sei lá de que maneira e forma, além do enriquecimento com ácido fólico que eu, assim como a maioria das portadoras de endometriose tem um polimorfismo no gene que converte o ácido fólico em metilfolato e não metaboliza ele para sua forma ativa no organismo! (Veja o post gene, genética e epigenética que explica isso).

Melhor maneira de nos auto conhecer e saber se algo nos faz mal e se tem alguma coisa que nosso organismo não tolera é a prática da exclusão com a posterior reintrodução!

Desconfia que algo não cai bem? Escute seu sexto sentido, elimine por no mínimo sessenta dias que é o período que o organismo leva para “desintoxicar” e depois experimente voltar a consumir, a resposta do seu corpo será imediata e você vai conseguir listar o que é ok ou não para você!

Nosso corpo é único e tem suas necessidades e particularidades, precisamos conhecer e o que pode ser bom para mim, pode não ser para você, então, o que eu faço hoje quando me indicam uma dieta, eu testo em mim, sou minha maior cobaia de mim mesma, sério, somos nosso maior “termômetro” vamos dizer assim, se permita testar-se também.

Não é intolerante ao glúten e quer comer um pãozinho de vez em quando? Faça em casa com uma farinha de boa qualidade e pura, sal integral, água e fermentação natural de vinte e quatro à trinta e seis horas! Sim um pão de verdade só vai três ingredientes e a pasta só é acrescida de ovos e azeite, nada mais! Como dizem por aí, menos é mais! Mas se o caso for intolerante, cuidado com a contaminação do glúten em outros alimentos, essa contaminação acontece pelo ar, portanto na cozinha de uma celíaca jamais deve entrar nada que tenha glúten, nem por contaminação ok.

No mais, bom apetite com equilíbrio, sabedoria e moderação!

25/07/2017
Ariane Steffen

Back to list

2 thoughts on “A polêmica do glúten

  1. Renata Gomes de Santana disse:

    🙂

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *